31 de março de 2011

SEQUELAS NEUROLÓGICAS – A Recuperação Física é POSSÍVEL!

Doenças neurológicas como AVC, Parkinson, Paralisia Cerebral, Tumores, doenças degenerativas, entre outras, estão cada vez mais presentes no nosso cotidiano devido à obesidade, estresse e aumento da longevidade da população em geral, sendo responsáveis, muitas vezes, pelo aparecimento de disfunções e incapacidades diversas.

     É importante ressaltar que quando nos referimos à lesão neurológica, existe significativa individualidade em cada caso, por mais semelhantes que possam parecer. Antes de fechar qualquer prognóstico de tratamento, é fundamental avaliar algumas variáveis como o tipo e o grau da lesão; a situação emocional do indivíduo; a dedicação e envolvimento familiar; a habilidade e treino dos cuidadores; e sobretudo, a compreensão e aceitação do paciente com relação à doença.

   
     A intervenção no tratamento das disfunções e incapacidades causadas por lesões neurológicas, requer o envolvimento de vários profissionais da área da saúde, incluindo, além do médico, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, dentre outros,  que através do desenvolvimento de um trabalho integrado, visam melhorar a qualidade de vida e o retorno do indivíduo à sua rotina normal. O processo de reabilitação neurológica, objetiva principalmente, restaurar a identidade pessoal e social do indivíduo, buscando seu bem estar físico e emocional.

      A Fisioterapia Neurológica é uma das especialidades mais importantes e desafiadoras na área da reabilitação, considerando o nível de complexidade dos problemas e das funções vitais afetadas. O tratamento eficaz reduz as limitações geradas pelas doenças e induz ações terapêuticas para recuperação de movimentos importantes para o funcionamento normal do corpo.

     A terapêutica fisioterápica tem como base exercícios que promovem a restauração, reaprendizado ou readaptação da função motora e dos processos sensoriais, resultando em maior harmonia e facilitação dos movimentos realizados, trazendo-os o mais próximo possível do normal.  

Não é suficiente para a melhora do paciente que ele apenas se mantenha fisicamente ativo.

     É imprescindível que além de ativo, esse paciente desempenhe funções e atividades físicas adequadas que possam agregar valor à sua rotina diária, gerando maior independência e melhora na sua qualidade de vida.

     O desenvolvimento das atividades no campo da fisioterapia neurológica é extremamente personalizado e exige abordagem específica focada para a recuperação das funções comprometidas em cada indivíduo. Um dos fatores importantes é a preparação do corpo do paciente para a terapia. O grau de força muscular quando alterado devido a uma lesão, precisa ser fortalecido através de exercícios específicos para os membros afetados, na maioria das vezes com carga, e sempre supervisionado por profissional que compreenda a fisiologia da doença. Outro fator básico que interfere na recuperação do paciente é a amplitude de movimento das articulações, que se comprometida, leva à limitação dos movimentos e diminuição da mobilidade. O alongamento muscular é importante para que essa mobilidade, mesmo quando não afetada pela lesão, não diminua durante o tratamento.
 

       A coordenação motora e a estabilidade corporal são fundamentais para que o indivíduo apresente boa postura, equilíbrio e livre manuseio de objetos em geral. Se a coordenação motora estiver prejudicada, há necessidade da realização dos treinos de precisão, principalmente treinos específicos de atividades de vida diária, que normalmente se encontram prejudicados. Em casos onde há comprometimento do equilíbrio, são necessários exercícios vestibulares para melhorar o equilíbrio tanto de movimento, quanto estático. O resultado desse trabalho, quase sempre resulta em melhora na função motora perdida ou alterada pela doença, na ambientação social e familiar e na qualidade de vida.

     É de fundamental importância, a compreensão de que a reabilitação neurológica será tanto mais eficaz e produtiva, quanto maior for a integração e o trabalho em conjunto de todos os profissionais envolvidos na terapia. É necessário que a terapêutica seja realizada de forma harmoniosa e com visão holística da patologia e do paciente como um todo e não como fatias, onde cada profissional enxerga e cuida apenas da sua área. As informações quando compartilhadas, auxiliam os profissionais a entenderem melhor a especificidade de cada caso, atingindo assim, resultados melhores e mais rápidos.

     Quanto mais precoce for o início e aceitação da família e do paciente à terapia de reabilitação, maior a possibilidade de restauração completa de suas habilidades físicas, emocionais e sociais. 

      A recuperação física do paciente com seqüela neurológica é perfeitamente possível, observadas, é claro, as especificidades e o tipo da lesão instalada.

27 de março de 2011

Quem não pode ler... Ouve!

     Com a idade, a maioria das pessoas apresentam algum tipo de problema na visão, o que acaba sendo uma causa importante de exclusão social, privação da leitura de jornal/livro, impossibilidade de assistir um programa de televisão e/ou, em alguns casos, dependência física.

     Ao perder a visão, mesmo que de forma parcial, o idoso tende a ficar cada vez mais recolhido e ir deixando seus interesses de lado.

     Nessas minhas andanças pelo mundo virtual, encontrei um site bem legal pra quem se encontra nessa situação: gosta de ler, mas não consegue por perda parcial ou total da visão.

     A Sal e Luz Audioteca (www.audioteca.com.br) é uma institução filantrópica, sem fins lucrativos, que realiza empréstimos de livros falados para todo o Brasil. Basta a pessoa se cadastrar, escolher, entre as várias sessões, um livro de seu agrado e pronto, eles mandam pra sua casa pelos Correios, sem custo algum. Fácil, né?



     Uma forma bastante simples e barata de prover diversão aquela pessoa que adorava ler e não consegue mais. Além de ser uma ótima forma de adquirir conhecimento e diversão, e principalmente de inclusão social das pessoas com deficiência visual. É uma excelente ferramenta pra estimular a área cognitiva dos seus pacientes e dar a eles o prazer de "ler" de novo.

26 de março de 2011

O Início!

     Vivemos em um um mundo onde todos tem Facebook, Twitter, Linkdln, Foursquare e estão conectados 24 horas por dia no universo virtual, trocando idéias e informações sobre economia, cultura, moda, saúde ou conhecendo outras pessoas e profissionais de sua área de atuação/interesse.

     Por conta dessa vida virtual intensa que se instalou nos dias de hoje, resolvi criar esse blog como forma de bate papo sobre assuntos ligados a Neurologia, Geriatria, Gerontologia e a área da saúde em geral.

     Agora você deve está se perguntando: Mas se você quer falar dos assuntos acima, porque o nome: A Nova Infância? - Vou explicar-lhes!

     Sou Fisioterapeuta, especialista em Neurologia, Doenças Neuromusculares e em Geriatria e Gerontologia, além de ser sócia da REAGE - Reabilitação Neurológica e Geriátrica em Belém/PA. Na vivência da prática clínica, começei a me dar conta de que muito dos idosos chegam nessa fase da vida sem sonhos, vontades e objetivos para estimularem suas vidas. Boa parte deles, reconhece a velhice como uma fase de decadência física e carência emocional e não se acham no "direito" de realizarem o que não conseguiram antes.

     No meu ponto de vista, a velhice não precisa ser uma fase da vida com tanto "peso". Não é porque o corpo já não responde da mesma forma e velocidade que a velhice precisa ser dura, difícil e solitária. Ela, na verdade, deveria ser a fase em que a pessoa pudesse aproveitar e realizar os sonhos e desejos que, devido as responsabilidades da vida adulta: cobrança profissional, cuidado com os filhos, correria do dia a dia, sustento da família... não conseguiram por falta de tempo ou qualquer outro motivo. Deveria ser a fase mais "leve", onde a diversão, os prazeres ou a realização dos desejo estaria focado como maior preocupação.

     Por conta disso, resolvi chamar esse espaço de: A Nova Infância! Mais um começo. Começo de uma nova fase, que assim como todas, tem novos anseios, novas vontades, novas ansiedades, e cabe a nós, profissionais da saúde e/ou familiares ter sensibilidade para estimular essa mudança e ajudar as pessoas a irem atrás do que desejam.

     Deixo aqui um trecho do livro da Lya Luft chamado "Múltipla Escolha" que eu acho que descreve bem o que eu falei (ou melhor, escrevi!) acima:

 “A chegada da velhice não precisa enferrujar a alma. Sendo inevitável, ela deveria ser aguardada e recebida como uma amiga há muito anunciada. E ela vem aos poucos, vem mansa. Não precisamos pedir desculpas quando ela chega, inventando para os outros que temos menos idade do que temos (...) O espírito é mais importante do que rugas, manchas, andar lento e corpo encolhido: não o espírito jovem, mas o espírito próprio de cada idade, aberto e gentil.”

     Sejam bem vindos e espero transformar esse bate papo em uma troca de informações interessantes!