28 de abril de 2011

A prática da Reabilitação Neurológica Integrada.

A Reabilitação Neurológica é um processo complexo e individualizado que requer dedicação, paciência, motivação, trabalho constante e tempo, além de necessitar de um completo envolvimento entre a equipe e o paciente
     
          O programa de reabilitação visa reduzir os efeitos das incapacidades físicas, psicológicas e intelectuais decorrentes da doença neurológica, além de estimular e promover a reintegração do paciente à sociedade. 


 Os resultados mais efetivos são obtidos quando a reabilitação é realizada por uma equipe multiprofissional e interdisciplinar. O desenvolvimento de um trabalho integrado é fundamental para que os objetivos de curto, médio e longo prazos do plano de reabilitação sejam alcançados de forma mais rápida.

         É preciso entender que o paciente neurológico pode apresentar alterações em mais de um sistema corporal, com interações que podem ser extremamente significativas. Para melhor compreensão de todo esse processo de debilidades e incapacidades físicas e psíquicas, é necessário o envolvimento de um diversificado leque de profissionais especializados na área de neurorreabilitação, formado por médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, nutricionistas, educadores físicos, dentre outros.

          Quanto maior o nível de integração e entrosamento da equipe de profissionais envolvida no tratamento, maior a possibilidade de resultados mais rápidos e efetivos. A troca de informações precisa ser contínua, permitindo a discussão e construção de novas possibilidades terapêuticas. 

          O principal objetivo ao longo do processo de reabilitação é tornar o indivíduo mais independente para realização de suas atividades básicas e instrumentais de vida diária. O paciente, sua família e os profissionais devem estar envolvidos ao máximo no plano de cuidados e no plano de reabilitação, definidos para o tratamento. 

          É de extrema importância que os profissionais tenham uma visão clara e precisa dos fenômenos neurológicos que ocorreram no organismo do individuo e da integração desses fenômenos com os demais sistemas. Esse entendimento facilita a definição da melhor terapêutica a ser utilizada, de forma que possa se refletir na prática clínica como assistência global ao paciente.


A Reabilitação Física não pode ser dissociada da Reabilitação Cognitiva, Psicológica e Social do individuo, para que seu processo de tratamento seja realizado de forma a melhorar sua capacidade funcional, dependência física e qualidade de vida. Esse conjunto maximiza a importância da equipe multidisciplinar durante o processo, já que um único profissional não apresenta habilidades suficientes para reabilitar todas as áreas afetadas da vida desse paciente.

O tratamento neurológico além de reabilitador de distúrbios cinéticofuncionais e psicossociais intercorrentes de patologia neurológica, precisa também ter um olhar preventivo, global e humanitário do paciente enquanto ser integrante da sociedade, apontando para a direção do resgate da qualidade de vida perdida.

A integração da família com a equipe envolvida é tão importante quanto o entrosamento dos profissionais. Essa relação busca orientar os familiares sobre como lidar com os problemas advindos com a doença do paciente. O apoio familiar e a relação de intimidade dos profissionais com o caso do paciente, são fundamentais para a reversão do quadro, favorecendo a recuperação do humor e da auto-estima tão importantes para o sucesso do tratamento. 


Atualmente, há um leque significativo de terapias que buscam a restauração e readaptação das habilidades funcionais comprometidas. As terapias são direcionadas para potencializar as funções resultantes na área motora e cognitiva, estimulando melhora na capacidade funcional e promovendo maior independência.

As intervenções recomendadas para pacientes que estão em processo de recuperação de patologias neurológicas, tem sempre como foco e objetivo principal, a melhora da capacidade física e emocional e da qualidade de vida tanto do paciente, quanto da família. 


Érika Grunvald – Fisioterapeuta, Pós-graduada em Reabilitação Neurológica (USP-SP) e Doenças Neuromusculares (UNIFESP-SP); Pós-graduanda em Geriatria e Gerontologia (CESUPA-PA) e Diretora Técnica da REAGE – Reabilitação Neurológica.

25 de abril de 2011

Você sabe reconhecer um AVC?

     Atualmente, a maior causa de incapacidade física e morte no Brasil, é o Acidente Vascular Cerebral (AVC),  superando inclusive, o número de mortes por infarto agudo do miocárdio. Sabe-se que 70% dos indivíduos apresentam algum prejuízo físico e/ou cognitivo no pós-AVC, gerando uma diminuição ou incapacidade funcional, impactando diretamente na sua dinâmica familiar, social e financeira.

     Existem dois tipos de AVC: Isquêmico e Hemorrágico. O primeiro é mais comum e normalmente mais brando, apresentando-se em torno de 80% dos casos. Nesse tipo, ocorre o entupimento de vasos e o impedimento da circulação normal no cérebro, causando lesão da área que ficou sem suprimento sanguíneo. No segundo, como o nome mesmo diz, ocorre uma hemorragia através do rompimento dos vasos e o extravasamento de sangue no cérebro, causando normalmente maior dano ao individuo.

     Reconhecer esse tipo de problema precocemente, ajuda a diminuir as sequelas e se o paciente for socorrido em até 3 horas após o início do AVC, pode ocorrer a reversão total dos sintomas.

     De acordo com os neurologistas, existem 03 perguntas importantes, que qualquer pessoa pode realizar, para verificar a ocorrência ou não do AVC:

01. Peça que a pessoa SORRIA.




02. Peça que a pessoa LEVANTE AMBOS OS BRAÇOS.





03. Peça que a pessoa PRONUNCIE UMA FRASE SIMPLES (ex.: O dia está lindo).




      Se ela apresentar alteração ou dificuldade em uma ou mais dessas atividades, leve-a diretamente ao neurologista. Essa pessoa está tendo um AVC e quanto antes ela tiver ajuda, menor o risco de haver sequelas e alterações na sua funcionalidade e independência.

14 de abril de 2011

Congresso Brasileiro de Neuropsiquiatria Geriátrica.

      Achei interessante começar a colocar aqui algumas dicas de eventos, cursos, congressos, palestras e outras "coisitas más". Então ai vai a primeira dica!

     Final de setembro vai acontecer o Congresso Brasileiro de Neuropsiquiatria Geriátrica em Porto Alegre com o tema principal: "Interfaces entre Mente, Cérebro e Doenças Clínicas no Envelhecimento". Os trabalhos científicos podem ser enviados até dia 31 de julho/2011.

     É uma ótima oportunidade de troca de informações para quem trabalha ou se interessa pela área!

    
    
     Mais informações no site: www.cbnpg2011.com.br.

13 de abril de 2011

Como realizar o rastreio de Déficit Cognitivo em Idosos.

     Por definição, a Cognição é um conceito amplo relacionado a manutenção da capacidade de resolução de problemas do cotidiano, incluindo a independênia e autonomia nas atividades de vida diária básicas e instrumentais. A execução dessas atividades exige harmonia e integração no funcionamento das funções cognitivas em geral, como: Mémória, Função Executiva, Linguagem, Praxia, Gnosia e Função Visuoespacial.

     O envelhecimento fisiológico não altera as funções cognitivas de forma importante a ponto que haver alteração na realização das atividades diárias. Ocorre, sim, uma lentificação do processamento e execução daessa funções, sem que se observe comprometimento na independência e autonomia do indivíduo.

Esquecimento significativo não faz parte das alterações da Senescência!!!

     Diante da importância da Cognição para a funcionalidade do idoso, é fundamental que todos os profissionais da área de saúde que lidem com esse público saibam realizar um rastreio cognitivo com o objetivo de acompanhar, diagnósticar, tratar ou prevenir qualquer déficit cognitivo.

  • MINI EXAME DO ESTADO MENTAL
     É o teste de avaliação mais usado na triagem cognitiva por ser simples e de fácil aplicação, durando em média de 5 a 10 minutos.

     É composto de 11 itens divididos em 2 fases. A primeira fase (itens 1-5) avalia a memória e a função executiva (atenção e concentração). A segunda (itens 6-11) avalia as outras funções cognitivas como: linguagem, praxia, gnosia, função visuoespacial e função executiva. É capaz de rastrear todas as funções cognitivas.
   



Escores: - Analfabetos / Baixa Escolaridade: 18 pontos.
               - 8 anos ou mais de Escolaridade: 26 pontos.


  • LISTA DE PALAVRAS DO CERAD
     Este teste depende exclusivamente da atenção e da audição.

     O examinador fará a leitura de 10 palavras não relacionadas, solicitando que o paciente repita uma a uma em voz alta (em caso de boa escolaridade, o paciente pode fazer a leitura das palavras em voz alta e de forma lenta). Ao final, o examinador solicita que o paciente repita as 10 palavras ditas ou lidas em tempo cronometrado de 90 segundos, em qualquer ordem. O mesmo procedimento é repetido mais 2 vezes com as mesmas palavras, porém em ordens diferentes.

     Após as três etapas, o examinador apresenta uma outra lista de palavras (lista distratora). Passados um tempo de 5 minutos, é feita a evocação da lista de palavras original por um período máximo de 90 segundos.

     Na maioria dos casos, observa-se aprendizado entre a primeira e a terceira tentativa. Na evocação após 5 minutos, o paciente sem alteração cognitiva, normalmente lembra de pelo menos 3 a 4 palavras.




  • TESTE DO RELÓGIO
     É um teste simples e de rápida aplicação. Avalia diversas funções cognitivas como: memória semântica,; função executiva, relacionada ao planejamento; praxia; e função visuoespacial.

     Pede-se que o paciente desenhe um relógio, com os números marcando uma hora exata, como por exemplo, 11:10 horas, sem mencionar a necessidade dos ponteiros. O círculo pode ou não ser oferecido previamente.

     O teste é considerado completo quando o paciente desenha todos os números do relógio espacialmente bem distribuídos e os ponteiros estão marcando a hora corretamente. Não há tempo cronometrado para a realização do teste e ele pode ser repetido quantas vezes forem necessárias.


     Na figura abaixo, observa-se quatro exemplos de teste, comprometimentos diferentes.



Interpretação do teste segundo Shulman:
0 - Inabilidade absoluta de representar o relógio;
1 - O desenho tem algo a ver com o relógio mas com desorganização visuoespacial grave;
2 - Desorganização visuo-espacial moderada que leva a uma marcação de hora incorreta, perseveração, confusão esquerda-direita, números faltando, números repetidos, sem ponteiros, com ponteiros em excesso;
3 - Distribuição visuo-espacial correta com marcação errada da hora;
4 - Pequenos erros espaciais com dígitos e hora corretos; 
5 - Relógio perfeito;



  • TESTE DE RECONHECIMENTO DE 10 FIGURAS
     É um teste de simples aplicação e que depende muito pouco da escolaridade do paciente.

     São apresentadas ao paciente 10 figuras, perguntando: "Que figuras são estas?". O escore do teste é dado pelo número de figuras corretamente identificadas, mesmo que não tenho sido exatamente nomeadas (avaliação da percepção visual e nomeação). No caso do paciente não identificar nenuma figura, explique o que elas representam.

     Em seguida, esconda a folha e pergunte: "Que figuras eu lhe mostrei?". O tempo máximo de evocação das figuras é de 60 segundos. O escore é dado pelo número de respostas certas. Essa fase está avaliando a memória incidental.

     Mostre novamente as figuras durante 30 segundos e peça para que ele olhe bem as figuras e memorize-as novamente. Esconda novamente as figuras e pergunte: "que figuras eu lhe mostrei?". Essa fase do teste está avaliando a memória imediata.

     Mostre as figuras novamente durante 30 segundos e peça para que o paciente olhe bem as figuras e guarde-as na memória. Pergunte novamente quais são as figuras e anote o escore. Essa fase avalia o aprendizado. Em seguida, apresente qualquer distrator ao paciente durante 5 minutos e faça novamente a pergunta sobre as figuras.

     O escore é dado pelo número de respostas corretas na evocação após 5 minutos. Finalmente, avalia-se o reconhecimento das figuras colocando uma lista de 20 figuras que contenha as 10 figuras mostradas anteriormente em frente ao paciente e peça para que ele reconheça quais as figuras mostradas inicialmente.



 TESTE DE RECONHECIMENTO DE FIGURAS
Percepção Visual e Nomeação
Mostre a folha contendo as 10 figuras e pergunte: "que figuras são estas?"  
Percepção visual correta: ......................................>..................................................(      )  
Nomeação correta: ....................................................................................................(      )  
Memória Incidental (MI) ...........................................................................................(      )  
Esconda as figuras e pergunte: "que figuras eu acabei de lhe mostrar?"  
Memória Imediata (MI1) ...........................................................................................(      )
Mostre as figuras novamente durante 30 segundos dizendo: "Olhe bem e procure memorizar esta figuras" (Se houver déficit visual importante, peça que memorize as palavras que você vai dizer) 
Memória Imediata 2 (MI2) ........................................................................................(      )                   



     Esses testes descritos acima são o suficiente para a realização do rastreio de déficits cognitivos e demências pois eles avaliam todas as áreas cognitivas importantes para a preservação da autonomia e independência do indivíduo.

     Se vocês tiverem outras dicas de testes, comentem para que a gente possa trocar informações sobre elas. toda informação é sempre Bem Vinda!

11 de abril de 2011

Dia Mundial da Conscientização da Doença de Parkinson.

      Hoje é o Dia Mundial da Conscientização da Doença de Parkinson!


     Existem no mundo, pelo menos quatro milhões de pessoas portadoras da doenças de Parkinson, de acordo com a Organização das Nações Unidas e a estimativa é que até o ano de 2040, com o aumento da população idosa, esse número dobre.

     Qualquer pessoa, independente do sexo, idade, classe social ou raça pode desenvolver a doença, porém é mais comum em homens do que em mulheres e em pessoas acima de 65 anos.

     Atualmente ainda não há cura para o Parkinson, o que existe são medicamentos que possam controlar os sintomas e manter a qualidade de vida desses pacientes. Porém nem só de medicamentos é feito o tratamento. As áreas envolvidas na reabilitação como a Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional também são fundamentais para a manutenção da qualidade de vida desses pacientes.


  • O que é o Parkinson?

      É uma doença neurológica onde ocorre diminuição nos estoques de dopamina devido degeneração das células da Substância Negra, afetando o funcionamento normal do sistema nervoso e os comandos motores, não afetando a memória, nem interferindo na capacidade intelectual do paciente.



  • Quais os principais sintomas?

- Rigidez muscular;

- Bradicinesia (movimentação lenta e/ou tardia);

- Micrografia;

- Expressões como máscaras (com poucas expressões faciais);

- Tremor de Repouso;

- Alteração no padrão da marcha e desequilíbrio;

- Alterações na fala e na Linguagem.

- Anormalidades posturais;



     Nem todos os sintomas precisam coexistir. Depende muito de paciente para paciente e da fase em que ele se encontra.


  • Qual o prognóstico?

    É uma doença que apresenta progressão variável e desigual entre os pacientes. podendo ser acelerada quando não se tem suporte físico e farmacológico adequado, assim como pode parecer estabilizada. Sua evolução normalmente não é tão agressiva quando comparadas a outras doenças neurológicas degenerativas. 


  • Existe Tratamento? Quais são?
     O tratamento depende da fase da doença em que a pessoa se encontra, porém não existe apenas UM tratamento para o Parkinson. O mais sensato a fazer é unir o tratamento medicamentosos com os tratamentos de reabilitação a fim de potencializar os resultados, reterdar a evolução da doença a aumentar a qualidade de vida do paciente.

     Os tratamentos não medicamentosos precisam, não apenas olhar com afinco para os sintomas que o paciente relata ter, mas é de fundamental importância que os profissionais trabalhe tendo em vista a prevenção, estando sempre um passo a frente da evolução da doença, antecipando o tratamento para que os sintomas futuros não se instalem ou se instalem de forma mais tardia possível.

     O ideal é que o tratamento seja feito de forma integrada, multi e interdisciplinar com o objetivo de estabilizar a evolução da doença e os sintomas, além de manter/aumentar a autonomia, independência física e qualidade de vida dos pacientes. Dentre os profissionais envolvidos no tratamento do paciente com Parkinson estão: Médico, Fisioterapeutas, Fonoaudiologo, Terapeutas Ocupacionais, Psicológos, dentre outros.

7 de abril de 2011

Careers in Aging Week - Uma Boa Idéia!

     A Careers in Aging Week é uma evento criado pela Association for Gerontology in Higher Education que acontecerá entre 10 e 16 de Abril/2011 com o objetivo de levar a população em geral maior conhecimento sobre as pesquisas realizadas sobre o envelhecimento. É um evento anual que destina-se a trazer uma maior consciência e visibilidade às oportunidades de carreiras âmbito do envelhecimento e nas pesquisas científicas sobre o mesmo. 

     Universidades e Faculdades em todo o mundo participam patrocinando eventos, como encontros informais, feirras de carreiras da área, debates, dentre outros, em suas escolas ou em suas comunidades para atender as necessidades e interesses da comunidade acadêmica, bem como a comunidade  idosa à sua volta.




 Mais informações: http://www.aghe.org/677866

Achei uma ótima iniciativa. Bem que poderímos juntar profissionais dessa área e fazer um evento desse no Brasil para aumentar a divulgação da Geriatria e Gerontologia!

Vamos nos unir e divulgar nossa profissão!!!!!!!!!!!!!

5 de abril de 2011

Os benefícios da prática de exercício físico nos idosos.

     Já que essa é a Semana Mundial da Atividade Física e hoje é o Dia Mundial da Atividade Física, resolvi escrever sobre os benefícios que, sacudir a poeira e mexer um pouco o corpo trazem para o organismo dos idosos.

     Com o aumento da expectativa de vida e os avanços da medicina, a velhice precisa ser vista com um olhar diferenciado. Precisa deixar de ser apenas uma fase de decadência - física e produtiva - para se transformar em uma fase de realizações pessoais, novas oportunidades e principalmente uma fase de lazer. Precisa vim acompanhada de um maior investimento na saúde, senão serão apenas mais anos vividos com doenças crônicas, incapacidades físicas e emocionais.


     Através da atividade física e das várias modalidades de exercícios enxergamos a possibilidade de prevenir e/ou reverter as limitações funcionais e a dependência física nos idosos. Mas você sabia que atividade física e exercício não são a mesma coisa? Explicarei...

     Atividade Física é definido como qualquer movimento realizado pelo sistema músculo esquelético, com gasto de energia. Já Exercício Físico é um tipo de atividade física; um conjunto de movimentos físicos repetitivos, estruturados e planejados para melhorar a performance física do indivíduo.

     Entre os idosos, a prescrição e realização de exercícios físicos necessita de um cuidado extra, por serem eles, um grupo hetereogêneo com características físicas e emocionais bem específicas e individuais. O exercício precisa ser individualizados e supervisionado. Um só tipo de exercício não é o bastante para que a pessoa apresente um envelhecimento bem sucedido e ativo. É necessário que o programa de exercícios contenha: exercicios aeróbicos, resistidos, para ganho de força, flexibilidade,  equilíbrio, dentre outros, cada um com a sua finalidade e benefícios especifícos como descrevo brevemente abaixo:

  • Exercícios Aeróbicos:
-Otimiza o desempenho cardiovascular e reduz os riscos de doenças cardiovasculares;
- Melhora a tolerância à atividade física;
- Aumenta a sensibilidade à insulina;
- Melhora a flexibilidade;
- Melhora o equilíbrio;
- Reduz o risco de quedas e fraturas.





  • Exercícios de Resistência Muscular e Ganho de Força
- Aumentam a massa muscular, interrompendo a evolução e/ou revertendo a sarcopenia;
- Aumento da taxa do Metabolismo Basal;
- Estabilização e/ou aumento da massa óssea, prevenindo e/ou estabilizando a osteoporose;
- Melhora da Flexibilidade;
- Melhora do Equilíbrio.
- Melhora da capacidade de realização da atividades de vida diária (AVD's);
- Manutenção da Independência Física.





  • Exercícios de Flexibilidade
- Alongamento para manutenção da amplitude de movimento (ADM);
- Melhora do Equilíbrio;
- Melhora da Mobilidade.

 
  • Exercícios de Balance e Propriocepção
- Melhora o equilíbrio estático e dinâmico;
- Melhora o padrão da marcha;
- Diminui riscos de quedas;
- Melhora a consciência corporal;
- Melhora a mobilidade e a estabilidade segmentar.




     De acordo com o Colégio Americano de Medicina Esportiva, o Centro para Controle de Doenças e Prevenção e o Instituto Nacional de Saúde dos EUA é recomendado que uma pessoa deve acumular pelo menos 30 minutos de exercício físico pro dia.

     É importante lembrar que a prática de exercicío físico é apenas um dos fatores  importante das várias medidas de investimento para a promoção na saúde, que também inclui: boa alimentação, diminuição do estresse, realização de atividades prazerosas e de lazer, boa socialização, visitas periodícas ao médico, dentre outras.



Novidades sobre tratamento contra o HIV!

     
      Mais um passo foi dado na busca do tratamento de pacientes infectados com o vírus do HIV! 
  
     Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia estão trabalhando na engenharia genética das células imunológicas dos infectados pelo HIV e apresentaram uma prévia dos seus resultados na 18ª Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas, em Boston.

     Eles colheram células T-CD4 do sangue dos infectados pelo HIV para realizar o processo clivagem de um único gene, de forma que elas não possuissem CCRS, um receptor que o HIV precisa para entrar na célula.

     As células modificadas foram injetadas novamente nos respectivos pacientes. Essas células, após serem injetadas, permaneceram livres do HIV e multiplicaram-se em média 6% a mais do que as células não modificadas dos infectados.

     Não foram observados efeitos adversos severos, apenas alguns sintomas brandos como febre, dor de cabeça e calafrios.




     "É um grande feito, porque esta é a primeira tentativa bem-sucedida na área da genética", disse Dr. Carl June, especialista em Terapêutica Genética da Universidade da Pensilvânia. "Isso nos dá uma ferramenta essencial." 

      "É um trabalho elegante, cientificamente sonante, e uma importante prova de conceito", disse o Dr. Anthony Fauci, director do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID).

     "É um passo", disse o co-investigador Pablo Tebas. "É uma etapa de um longo processo". Os planos para um ensaio clínico terapêutico estão em andamento.

     Essa foi apenas uma prévia de um grande estudo que ainda está em andamento. Vamos esperar que os resultados continuem sendo positivos e que assim, consigam achar uma saída para eliminar o vírus dos corpos desses pacientes.


Fonte: Marie McCullough; Philadelphia Inquirer (03/03/2011).

Curso "Atenção à Saúde da Pessoa Idosa".

 
     Já falei aqui que moro em Belém/PA e por aqui, infelizmente, não temos muita oferta de cursos, aprimoramentos e atualizações na área da saúde como no Sul/Sudeste.

     Esses dias, recebi um e-mail com a divulgação de um curso com o tema "Atenção à Saúde da Pessoa Idosa". Talvez possa ser uma boa chance para quem quer conhecer um pouquinho mais do tema, conhecer pessoas interessadas na área aqui pela nossa região e trocas informações ou dúvidas. Abaixo coloco a disposição as informações referentes ao curso.





4 de abril de 2011

De bem com a vida: a Psicoterapia na Terceira Idade.


"A princípio, soa como novo o atendimento psicoterápico em pessoas idosas, que teoricamente "já viveram tudo que poderiam viver". Mais inédita ainda parece a Gerontologia, uma ciência que se dedica a estudar velhice e envelhecimento humanos nos aspectos biológicos, socioculturais, médicos (através da Geriatria) e psíquicos (através da Psicogerontologia). 

Na Gerontologia é importante discorrer esse prolongamento de uma pessoa em sua longa caminhada coincidente com a trajetória do envelhecimento humano: cheia de altos e baixos, onde a ciência gerontológica por estudar todo o caminhar do envelhecimento, apropriando-se do minucioso cuidado da personalidade e conduta dos velhos e considerando todos os aspectos sócio-ambientais e culturais desse processo, especialmente às perdas e ganhos que se entremeiam ao que cada um dos idosos vivencia no cotidiano: viuvez ou casados, em maioria, com a mesma pessoa há décadas (qual a qualidade desta relação?), o lugar onde residem (há adequado mobiliário e espaço para as demandas de um idoso?), os filhos cresceram e foram viver suas próprias vidas, aposentadoria, morte dos entes queridos, etc. A possibilidade de rever a própria vida no que foi, no que não foi e no que poderia ter sido, transforma a experiência terapêutica no idoso, em algo verdadeiramente positivo e reestruturador de identidade.

A passagem dos anos, fase a fase do ciclo biológico humano, engloba diversos aspectos na fantasia das pessoas, mas é importante lembrar que por mais universal e inevitável que seja a velhice, ela se presentifica de modo absolutamente singular para cada um. O envelhecimento é um processo que se inscreve na história do indivíduo, do começo ao fim da vida, feito de uma sucessão irreversível de perdas e aquisições ao longo do tempo. A velhice não é um processo, é um estado que caracteriza a posição do indivíduo, agora um idoso.

Acerca das lembranças, tempo, memória e outros tipos de “esquecimentos”, é sabido que há lembranças que brotam para que outras, mais conflitivas, possam ser perdidas. Para Freud, os processos inconscientes são atemporais, não pertencentes ao consciente e se colocam como repetição. A nível consciente, esse tempo particular nos faz crer que através do presente se tem a chance de ponderar o passado, apagar e/ou corrigir alguns pontos e lançar-se ao futuro, por mais breve que ele possa ser. Mas, ninguém dorme jovem e acorda velho. Aqui buscamos o reconhecimento do Eu, por que não um "Eu velho" ?

A psicoterapia em idosos não se detém ao consultório: possui especificidades que visam assegurar o máximo de autonomia e/ou independência do paciente, por isso a chance de atendimento domiciliar em casos graves e de efetiva impossibilidade de locomoção, como por exemplo os quadros demenciais (Alzheimer, Parkinson, Vascular, Fronto-temporal, Corpos de Lewy, Huntington, etc.). Também é viável no pré e o pós-operatório do paciente idoso ou o atendimento, quando hospitalizado, são alternativas significativas para o paciente, que não se sente desamparado pelo profissional que o assiste. 

Para quem ainda não chegou nesse momento, é interessante se questionar se ter 60 anos ou mais é realmente um fardo ou uma vida coroada. Mas, uma estrutura de personalidade minimamente razoável ajuda: generosa, de êxitos e ônus, mas também de elaborações, aprendizagens e acúmulos de afetos bons e ruins, mas ressignificados sempre."





     Queria agradecer à Arianne Araujo, psicológa, especialista em Gerontologia, que gentilmente cedeu esse artigo para o nosso blog!

Arianne AraujoMestranda em Psicologia (UFPa). Pesquisadora do Laboratório de Psicanálise e Psicopatologia Fundamental (UFPa). Psicóloga e Psicanalista (Centro de Estudos Psicanalíticos - CEP/SP), Especialista em Gerontologia (Centro Universitário São Camilo/SP), Aperfeiçoamento em Psicogerontologia (PUC/SP).

2 de abril de 2011

Dia da Consciência do Autismo!

     Resolvi escrever esse post pois hoje, dia 02 de Abril é o Dia da Consciência do Autismo! Precisamos alertar a população em geral sobre a importancia do diagnóstico precoce! Mas...





  • O que é o Autismo?

     É uma disfunção global do desenvolvimento neuropsicomotor, que afeta a comunicação, socialização e o comportamento do indivíduo. Costuma ter manifestações antes dos 2 ou 3 anos de vida e é mais frequente em meninos do que em meninas.

     A Organização das Nações Unidas estima que existam no mundo em torno de 70 milhões de autistas.


  • Quais as suas características?

- Dificuldade para estabelecer e/ou fixar o contato visual;

- Dificuldade de Relacionamento;

- Preferência pelo isolamento e solidão;

- Ecolalia (repete palavras e/ou frases em vez de apresentar linguagem funcional e normal);

- Insistência em repetição e a resistência à mudança de rotina;

- Em algumas situações, age como se estivesse surdo;

- Dificuldade em expressar necessidade (gesticula e/ou aponta no lugar de palavras);

- Acessos de raiva (sem motivo aparente);

- Irregular habilidade motora;

- Hiperatividade Física;

- Gira objetos de forma peculiar; dentre outros.




     Os sintomas não precisam estar todos presentes e existem vários graus de comprometimento, de acordo com cada caso.


  • Quais os Tratamento?

     O Tratamento é PERMANENTE e INTEGRADO!

     Precisa ser multi e interdisciplinar, além de ser necessário o total envolvimento da família. Os profissionais que estão envolvidos, além do médico, são: Fisioterapeutas, Fonoaudiologos, Terapeutas Ocupacionais, Pedagogos, Psicólogos, entre outros.


   
     Toda estimulação é extremamente benéfica para o autista e o investimento precisa ser feito de forma ininterrupta, pois o quadro clínico do autismo não é estático e os sintomas podem modificar, aumentando ou sumindo por completo!




Vamos disseminar essas informações. 

 Apoie essa causa!